Após quase um ano, eu, finalmente, terminei de ler o romance de Leonel Caldela! E segue um pequeno review sobre a obra:
Incentivado por um amigo a adquirir o livro, e entusiasmado por, além de uma obra de fantasia nacional, ser baseada em um cenário que eu, como muitos outros RPGistas viram nascer, decidi comprar o livro em uma de minhas visitas a uma renomada livraria da Av. Paulista.
Empolgado por minha nova aquisição, como toda boa traça de livros, assim que pude – já na viagem de volta ao Rio de Janeiro – mergulhei de cabeça em O Inimigo do Mundo, e para minha decepção, cai de cabeça em uma pedra!
A estória é muito interessante, as personagens, são de muitas maneiras profundos e seus sentimentos e motivações são trabalhados com certa perícia, vale citar, e tudo regado com o tradicional clichê que os fãs de Tormenta tanto conhecem e adoram. Porém, nem a estória intrigante – em boa parte por começar a responder o grande mistério por trás das Tormentas que assolam o mundo de Arton – é o suficiente para nos fazer esquecer a narrativa arrastada e morosa.
Com uma técnica que busca enfatizar cenas e sentimentos recorrendo à repetição de determinado vocábulo, temos a sensação, lendo o livro, de que Caldela escolhe uma palavra por capítulo e fica repetindo-a até a exaustão. Soma-se a isso, o fato de que as primeiras batalhas são um tanto quanto emboladas e a narrativa dos cenários prolixos, e a leitura é que se torna, com o perdão do trocadilho infame, uma verdadeira tormenta.
Mas ainda assim, li o livro, depois de tê-lo abandonado por meses, no final de março retomei a leitura por teimosia – odeio dar-me por vencido – e por não gostar de jogar dinheiro fora. Acabei me entusiasmando – estava pouco antes da metade do livro quando parei de ler – mais com os capítulos finais, talvez por ele, o Caldela, ter já nesta altura de sua obra um texto mais fluído e envolvente ou talvez por que me resignei com a escrita, que continuava de fato chata e me tornei menos exigente. E, devo admitir, que até gostei. Apesar de tudo é uma obra madura, concisa e em todos os aspectos muito fiel ao cenário e, nesse aspecto, não deixa nada a desejar.
Pretendo comprar as seqüências, mas ainda não tenho certeza dessa convicção.
Prós:
Fantasia Nacional, uma obra nos melhores moldes fantasiosos e escrita por um brasileiro e baseada em um cenário que cresceu e amadureceu com muitos dos RPGistas atuais. Estória envolvente e o melhor de tudo, começar a responder um mistério que habitava no imaginário de muitos de nós.
Contras:
Narrativa morosa e repetitiva, horas com excesso de descrição, horas com falta.
Classificação: Orc - Halfling - Humano - Anão - Elfo
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